sábado, 11 de julho de 2009

O Terramoto de 1755


No terramoto de 1755 houve muitos mortos e feridos. Muita gente pensa que só foi um terramoto, mas, na verdade, foram 3 terramotos, e com isso a costa lisboeta ficou agitada e houve 3 marmotos a acompanhar a destruição de Lisboa.






A história foi assim :

Era o dia 1 de Novembro de 1755... o dia começava bem. Era uma manhã extraordinária, quando, às 9:45 horas houve a coisa que menos se esperava: um terramoto, o maior de Lisboa, de Portugal e da Europa. Em primeiro, ouviu-se um estrondo vindo do chão, e, pouco depois, a terra começou a abanar... a abanar muito. O terramoto foi tão forte que destruiu muitas casas e tirou muitas vidas. As pessoas, apavoradas, pensaram que este fenómeno era castigo de Deus, e outras, com tanto medo, nem deviam ter calma para pensar nisso.

Este terramoto foi de grau 8,75 na escala de Mercalli: houve um pai que, para agradecer a nossa senhora, por lhe ter salvo a filha de 3 anos, fez um lindo quadro. Existem outros lindos quadros que descrevem quão mau foi o terramoto.Este terramoto foi tão grande, tão grande que se sentiu no norte de África, na Escócia e em Espanha. Mas só fez grande destruição no Algarve e em Lisboa. Estes foram os sítios mais afectados.


Muitos fugiram para o campo para que nada lhes caísse em cima, outros foram para o rio e houve ainda quem se aventurasse a ir para o mar. Mas isso foi má ideia porque houve maremotos. Todos os que se puderam refugiar, deixaram os pertences (dinheiro, roupa, jóias, etc.) para trás. Como as prisões também se derrubaram parcialmente, os ladrões puderam fugir e, sem medo do que lhes podia acontecer, foram roubar os pertences que as pessoas tinhas deixado. Outros ladrões partiram as paredes da prisão para ir roubar.
A seguir ouviu-se um estrondo ainda maior e a terra começou de novo a abanar. Era outro terramoto que vinha acompanhado por mais um maremoto.


Estes dois terramotos duraram mais ou menos 3 minutos. Pensa-se que este segundo terramoto foi mais violento que o primeiro.

Enquanto isso, o rei apercebeu-se do que se estava a passar e, de Belém, também fugiu para o campo. Este rei era D. José I (o único rei da História de Portugal chamado José). Ele era da Dinastia de Bragança.

Mas os terramotos e os maremotos não acabavam e, ainda houve um 3º tremor de terra. Este foi o menos intenso dos 3.

Como as pessoas tinham deixado a família e os seus pertences, não tinham tempo para pensar na higiéne, e, com isso, todos apanharam piolhos. Não tomavam banho nem mudavam de roupa.

Muitos construiram barracas (as barracas eram uma espécie de tendas) com os destroços e outros objectos que encontravam no chão (pedras, paus, lençóis, cobertores, etc.) e dormiam lá dentro. Outros dormiam nas carroças que tinham sobrevivido ao terramoto. Eles comiam os animais do campo: vacas, ovelhas, cabras, etc.

Como naquela altura não havia meios de comunicação, as famílias não se conseguiam juntar e andavam à procura uns dos outros, porque cada um tinha corrido para seu lado. Sem meios de comunicação, ninguém conseguia pedir ajuda.


Quando as pessoas voltaram à cidade de Lisboa, não queriam acreditar no que estavam a ver: uma enorma chama estava a "comer" todas as casas e tudo estava a arder em Lisboa.

Esta tragédia aconteceu porque naquela altura não havia lampâdas nem fogões; estes eram substituidas/os pelas velas e pelas lareiras, e, como tal, também não tiveram calma para as apagar na hora de fugir.




Depois dos 3 terramotos a terra ainda estava a abanar, mas muito fraquinho. Às vezes, mais tarde, os ladrões punham uma corda à volta das casas e abanavam de forma a que as pessoas pensassem que era um terramoto e fugissem. Aproveitavam-se do medo das pessoas.

Que grande técnica!!


Quando esta "maldição" acabou, o rei, que sobreviveu ao terramoto, chamou Sebastião José de Carvalho e Melo para reconstruir a cidade lisboeta. Este senhor é mais conhecido por Marquês de Pombal. Como não conseguia recosntruir a cidade de lisboa sozinho, Marquês de Pombal chamou para o ajudar Eugénio dos Santos e Carlos Mardel.


Para construir, foram à cidade de Lisboa e repararam que as casas que foram construidas em estilo "gaiola" não se derrubaram. Então, começaram por retirar todas as ruínas e destroços. Depois construiram as ruas direitinhas (naquele tempo as ruas eram às curvas) e mais largas. De seguida, trataram de construir as casas em estilo "gaiola". Não faziam as casas com mais de 3 pisos porque se houvesse um tremor de terra, elas não caíam tão facilmente. E ainda tiveram paciência para pensar nos incêndios. Por isso, fizeram uma parede (era uma espécie de divisão) que não deixava pegar fogo. Por exemplo: se uma casa se incendiasse, não pegava fogo à casa que se encontrava ao seu lado. Esta espécie de divisão chama-se parede "corta-fogo" ou "guarda-fogo". Eles tiveram tantas precauções porque não queriam que esta tragédia voltasse a acontecer.


O senhor Sebastião José de Carvalho e Melo recebeu do rei o titulo nobiliárquico de Marques de Pombal, como agradecimento pelo seu trabalho de reconstrução da cidade. O Marquês de Pombal tem uma estátua na Avenida da Liberdade, mais precisamente na rotunda Marquês de Pombal. Essa estátua é muto alta e está virada para a baixa pombalina para ver o que ele mandou construir.

O rei D. José I só morreu 20 e tal anos depois do terramoto de 1 de Novembro de 1755. Agora, as casas que foram construidas em estilo "gaiola" durante o seu reinado e sob o governo de Marques de Pombal também se podem chamar "casas pombalinas", devido ao papel que Marquês de Pombal desempenhou na reconstrução da Lisboa sinistrada, para melhor dizer na baixa pombalina (baixa de Lisboa).

Depois da grande reconstrução que o Marquês de Pombal fez de Lisboa, tudo ficou melhor: mais bonito, mais seguro... só algumas partes que resistiram ao terramoto é que não foram reconstruídas e ficaram à maneira antiga. Ele reconstruiu as seguintes praças e avenidas: Praça do Comércio (que antes era o Terreiro do Paço), a Avenida da Liberdade, Rua do Ouro, Rua da Prata, Rossio, Praça dos Restauradores, Rua do Alecrim, Praça da Figueira, Rua da Madalena, etc.

Antes de se chamar praça do Comércio camava-se Terreiro do Paço porque o Paço era a casa do rei e o Terreiro é porque o chão era de terra.

O Marquês de Pombal foi, sem dúvida, uma das pessoas portuguesas que mais se destacou na História de Portugal!


O terramoto de 1755 foi mesmo muito violento!!!

FIM