Era uma vez um menino que não nasceu como as outras crianças. Esse menino chamava-se Ricardo.
Em vez de ter cor de pele clara ou escura, não, nem uma nem outra. Era cor de prata.
Os pais ficaram preocupados, assim como os médicos, porque não sabiam o que fazer.
A notícia passou na televisão, em jornais, em revistas…
Os pais, sem saber o que fazer, levaram o filho a um cientista da medicina para o tratar.
O cientista disse que ia ser difícil, mas lá aceitou o desafio. Investigou os génes do menino, fez imensas análises durante alguns meses.
Passado algum tempo, os pais receberam os resultados das análises com um relatório do médico, que dizia ser impossível tratar o Ricardo.
Os pais, desiludidos, ficaram em casa com o Ricardo durante três dias e começaram a habituar-se a que ele fosse diferente dos outros meninos.
Chegou ao quinto ano e foi embora para Paris estudar, porque lá tinha grandes museus onde ele podia aprender muito. Quando ele já tivesse grandes conhecimentos, podia ir para Londres, que era o seu grande sonho.
Os pais ficaram muito tristes por o verem ir embora, mas, em vez de lamentarem, começaram a encorajá-lo para a nova etapa da sua vida.
O pai começou por lhe recomendar:
- Não fiques num dos grupinhos de miúdos por que isso dá sempre mau resultado. Fica mais concentrado nos estudos do que em viveres longe daqui, de Portugal.
- Está bem, vou ser um bom estudante – respondeu o menino de prata.
Dito isto, o Ricardo foi para dentro do avião que o ia levar até Paris. Antes de entrar no avião ainda ouviu a mãe gritar:
- Que tudo te corra bem!
- Obrigado! – respondeu o Ricardo.
Dentro do avião, Ricardo despediu-se a dizer adeus com as mãos.
O avião partiu e Ricardo ficou um bocado triste, mas logo se lembrou que quando tivesse um bom trabalho (emprego) podia ir visitar os seus pais e ficar em Portugal por uns tempos.
Passado algum tempo, Ricardo tinha chegado a Paris e tinha sido encaminhado para um quarto do seu colégio.
Quando viu aqueles quartos ficou muito surpreendido, porque nunca tinha visto camas daquele tipo (as camas eram beliches) nem nunca tinha dormido num colégio, muito menos com companheiros de quarto.
Os seus companheiros de quarto foram muito gentis e amigáveis, porque o receberam muito bem, apesar da sua diferença.
Os companheiros de quarto do Ricardo eram: Josef (Francês), David (Português) , Bernardo (Português) e Tom (Inglês).
Eles todos quiseram saber como o menino de prata se chamava, quantos anos tinha, as suas experiências ...
Depois disso tudo, foram todos brincar às escondidas e muitas outras coisas.
Ao fim do dia já todos se conheciam muito bem e eram muito amigos.
Ricardo falava mais com David e Bernardo porque eram portugueses, mas também falava muito com os outros amigos.
Gostava muito das aulas, porque os seus professores eram muito simpáticos e ajudavam-no muito quando tinha dúvidas.
Ele foi progredindo até que ficou o melhor aluno da turma. O seus fortes eram: Inglês, Português, HGP e ED (Expressões Dramáticas). Em ED (Expressões Dramáticas) era muito bom e era sempre escolhido para o papel principal, por causa da sua cor.
Entretanto tinha sido nomeado para o melhor aluno da turma do Primeiro Período. Enviou uma carta aos pais a dizer que tinha sido nomeado o melhor aluno da turma do Primeiro Período e com a assinatura do Director de Turma dele.
Os pais ficaram muito contentes e mandaram-lhe um presente de Parabéns.
Ricardo ficou muito feliz e começou a estrear aquele novo brinquedo que era uma Wii.
Ele não sabia utilizar aquilo, mas depressa aprendeu como se jogava e partilhou o seu novo entertenimento com os seus amigos de quarto.
Depois disto tudo, já era tempo de Férias de Verão, e todas as Férias o Ricardo iria visitar os seus pais a Portugal.
Passou muito tempo e Ricardo continuava a ser sempre o melhor daquela turma, até que chegou à falcudade com os mesmos amigos de sempre e conseguiu entrar no curso que queria, porque tivera muito boas notas. Quando acabou a faculdade conseguiu escolher o emprego que queria. Ele queria ser arquitecto. Quando arranjou o emprego foi para Londres que era o seu sonho.
Os seus amigos todos foram com ele para Londres, menos Tom, que foi para a Rússia, porque sendo Inglês e gostando de viajar, não acompanhou os seus amigos.
Todos eles conseguiram ser o que queriam embora tivessem umas notas mais fraquinhas do que as do Ricardo.
Em Londres tiveram que se separar para seguirem o seu emprego, mas marcavam alguns encontros para pôr a conversa em dia e para contarem as suas experiências.
Já com vinte anos de idade, Ricardo foi de novo visitar os seus pais, mas agora, por alguns meses.
Quando voltou para Londres teve de ir logo trabalhar, porque estava a meio de um projecto de uma torre muito grande. Os outros companheiros dele naquele projecto ficaram muito impressionados por ele não ter uma cor de pele normal, mas deixaram passar (não era caso para pararem o grande projecto).
Ele estava muito feliz com o seu trabalho e ganhava muito dinheiro. Enviava um quarto do dinheiro que recebia para os seus pais.
Viveu assim até aos 40 anos, sem confusões com ninguém por ser diferente. Antes pelo contrário, foi muito respeitado pelo seu trabalho. Arranjou uma namorada sem problemas e muitos amigos igualmente. Aos 45 anos veio viver para Portugal para junto dos seus pais.
Viveu em paz e harmonia e ficou muito feliz com a vida que teve, apesar de ser diferente.
Fim